As palavras da nossa língua dizem quem somos? Estudo mapeia traços de personalidade no português brasileiro 6r733r IDOR – Instituto D'Or de Pesquisa e Ensino array(66) { ["SERVER_SOFTWARE"]=> string(6) "Apache" ["REQUEST_URI"]=> string(122) "/instituto/idoras-palavras-da-nossa-lingua-dizem-quem-somos-estudo-mapeia-tracos-de-personalidade-no-portugues-brasileiro/" ["PHP_PATH"]=> string(24) "/opt/bitnami/php/bin/php" ["FREETDSLOCALES"]=> string(0) "" ["FREETDSCONF"]=> string(0) "" ["OPENSSL_ENGINES"]=> string(31) "/opt/bitnami/common/lib/engines" ["OPENSSL_CONF"]=> string(39) "/opt/bitnami/common/openssl/openssl.cnf" ["SSL_CERT_FILE"]=> string(52) "/opt/bitnami/common/openssl/certs/curl-ca-bundle.crt" ["CURL_CA_BUNDLE"]=> string(52) "/opt/bitnami/common/openssl/certs/curl-ca-bundle.crt" ["LDAPCONF"]=> string(42) "/opt/bitnami/common/etc/openldap/ldap.conf" ["GS_LIB"]=> string(43) "/opt/bitnami/common/share/ghostscript/fonts" ["MAGICK_CODER_MODULE_PATH"]=> string(60) "/opt/bitnami/common/lib/ImageMagick-6.9.8/modules-Q16/coders" ["MAGICK_CONFIGURE_PATH"]=> string(73) "/opt/bitnami/common/lib/ImageMagick-6.9.8/config-Q16:/opt/bitnami/common/" ["MAGICK_HOME"]=> string(19) "/opt/bitnami/common" ["PATH"]=> string(260) "/opt/bitnami/apps/wordpress/bin:/opt/bitnami/varnish/bin:/opt/bitnami/sqlite/bin:/opt/bitnami/php/bin:/opt/bitnami/mysql/bin:/opt/bitnami/letsencrypt/:/opt/bitnami/apache2/bin:/opt/bitnami/common/bin:/usr/local/sbin:/usr/local/bin:/usr/sbin:/usr/bin:/sbin:/bin" [""]=> string(6) "daemon" ["HOME"]=> string(9) "/usr/sbin" ["SCRIPT_NAME"]=> string(10) "/index.php" ["QUERY_STRING"]=> string(0) "" ["REQUEST_METHOD"]=> string(3) "GET" ["SERVER_PROTOCOL"]=> string(8) "HTTP/1.0" ["GATEWAY_INTERFACE"]=> string(7) "CGI/1.1" ["REDIRECT_URL"]=> string(122) "/instituto/idoras-palavras-da-nossa-lingua-dizem-quem-somos-estudo-mapeia-tracos-de-personalidade-no-portugues-brasileiro/" ["REMOTE_PORT"]=> string(5) "61040" ["SCRIPT_FILENAME"]=> string(44) "/opt/bitnami/apps/wordpress/htdocs/index.php" ["SERVER_"]=> string(15) "[email protected]" ["CONTEXT_DOCUMENT_ROOT"]=> string(34) "/opt/bitnami/apps/wordpress/htdocs" ["CONTEXT_PREFIX"]=> string(0) "" ["REQUEST_SCHEME"]=> string(4) "http" ["DOCUMENT_ROOT"]=> string(34) "/opt/bitnami/apps/wordpress/htdocs" ["REMOTE_ADDR"]=> string(14) "18.230.217.201" ["SERVER_PORT"]=> string(2) "80" ["SERVER_ADDR"]=> string(11) "172.26.1.14" ["SERVER_NAME"]=> string(13) "54.225.48.228" ["SERVER_SIGNATURE"]=> string(0) "" ["LD_LIBRARY_PATH"]=> string(410) "/opt/bitnami/sqlite/lib:/opt/bitnami/mysql/lib:/opt/bitnami/apache2/lib:/opt/bitnami/common/lib:/opt/bitnami/sqlite/lib:/opt/bitnami/mysql/lib:/opt/bitnami/apache2/lib:/opt/bitnami/common/lib:/opt/bitnami/varnish/lib:/opt/bitnami/varnish/lib/varnish:/opt/bitnami/varnish/lib/varnish/vmods:/opt/bitnami/sqlite/lib:/opt/bitnami/mysql/lib:/opt/bitnami/apache2/lib:/opt/bitnami/common/lib:/opt/bitnami/common/lib64" ["HTTP_CDN_LOOP"]=> string(19) "cloudflare; loops=1" ["HTTP_CF_CONNECTING_IP"]=> string(13) "167.235.0.185" ["HTTP_ACCEPT_LANGUAGE"]=> string(35) "de-DE,de;q=0.8,en-US;q=0.6,en;q=0.4" ["HTTP__AGENT"]=> string(22) "crawler_eb__2.0" ["HTTP_CACHE_CONTROL"]=> string(8) "no-cache" ["HTTP_PRAGMA"]=> string(8) "no-cache" ["HTTP_ACCEPT"]=> string(86) "text/html,application/xhtml+xml,text/plain, application/xml;q=0.9,image/webp,*/*;q=0.8" ["HTTP_REFERER"]=> string(156) "/instituto/idor/as-palavras-da-nossa-lingua-dizem-quem-somos-estudo-mapeia-tracos-de-personalidade-no-portugues-brasileiro/" ["HTTP_CF_VISITOR"]=> string(22) "{\"scheme\":\"https\"}" ["HTTP_CF_RAY"]=> string(20) "94f50cba698f65de-GRU" ["HTTP_ACCEPT_ENCODING"]=> string(8) "gzip, br" ["HTTP_CF_IPCOUNTRY"]=> string(2) "DE" ["HTTP_TRUE_CLIENT_IP"]=> string(13) "167.235.0.185" ["HTTP_X_AMZN_TRACE_ID"]=> string(40) "Root=1-684ca737-737a2fce2ad6f3f04123c58a" ["HTTP_X_FORWARDED_PORT"]=> string(3) "443" ["HTTP_CONNECTION"]=> string(5) "close" ["HTTP_X_FORWARDED_PROTO"]=> string(4) "http" ["HTTP_X_FORWARDED_FOR"]=> string(41) "167.235.0.185, 172.69.39.20, 10.247.47.11" ["HTTP_X_REAL_IP"]=> string(12) "10.247.47.11" ["HTTP_X_FORWARDED_HOST"]=> string(25) "rededorsaoluiz-br.diariopernambuco.com" ["HTTP_HOST"]=> string(13) "54.225.48.228" ["SCRIPT_URI"]=> string(142) "http://54.225.48.228/instituto/idoras-palavras-da-nossa-lingua-dizem-quem-somos-estudo-mapeia-tracos-de-personalidade-no-portugues-brasileiro/" ["SCRIPT_URL"]=> string(122) "/instituto/idoras-palavras-da-nossa-lingua-dizem-quem-somos-estudo-mapeia-tracos-de-personalidade-no-portugues-brasileiro/" ["REDIRECT_STATUS"]=> string(3) "200" ["REDIRECT_SCRIPT_URI"]=> string(142) "http://54.225.48.228/instituto/idoras-palavras-da-nossa-lingua-dizem-quem-somos-estudo-mapeia-tracos-de-personalidade-no-portugues-brasileiro/" ["REDIRECT_SCRIPT_URL"]=> string(122) "/instituto/idoras-palavras-da-nossa-lingua-dizem-quem-somos-estudo-mapeia-tracos-de-personalidade-no-portugues-brasileiro/" ["FCGI_ROLE"]=> string(9) "RESPONDER" ["PHP_SELF"]=> string(10) "/index.php" ["REQUEST_TIME_FLOAT"]=> float(1749854008.07) ["REQUEST_TIME"]=> int(1749854008) }

As palavras da nossa língua dizem quem somos? Estudo mapeia traços de personalidade no português brasileiro 714z2y

As palavras da nossa língua dizem quem somos? Estudo mapeia traços de personalidade no português brasileiro 714z2y

Pesquisa do IDOR cria um dicionário de adjetivos de personalidade, revelando nuances culturais na descrição de traços psicológicos  1619

As palavras que usamos refletem diretamente a realidade cultural de uma população. Um exemplo curioso disso é que língua escocesa possui mais de 400 termos apenas para descrever neve, evidenciando a importância desse elemento para sua cultura. Da mesma forma, as palavras que escolhemos para definir a personalidade humana podem revelar como percebemos a nós mesmos e aos outros.  

Pensando nisso, pesquisadores do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (IDOR) realizaram um estudo inédito para organizar e analisar os traços de personalidade descritos no português brasileiro. Publicada no Journal of Research in Personality, a pesquisa não apenas refinou a classificação de adjetivos da nossa língua, mas também trouxe descobertas relevantes para a psicologia e a inteligência artificial. 

Os cinco grandes traços da personalidade 

O estudo se baseia no modelo Big Five, abordagem amplamente aceita pela ciência para descrever a personalidade humana de acordo com cinco traços principais: 

  • Extroversão: Mede o nível de sociabilidade e energia de uma pessoa. Pessoas extrovertidas são falantes e animadas, enquanto as introvertidas preferem interações mais discretas. 
  • Amabilidade: Relacionada à empatia e cooperação. Indivíduos com alta amabilidade tendem a ser gentis e confiáveis. 
  • Conscienciosidade: Indica disciplina, regras, organização e responsabilidade. Pessoas com altos níveis dessa característica são metódicas e focadas. 
  • Neuroticismo: Mede a estabilidade emocional. Pessoas com altos escores em neuroticismo são mais propensas a emoções negativas, como ansiedade e estresse. 
  • Abertura à experiência: Reflete criatividade, curiosidade e interesse por novas experiências. 

Embora esse modelo seja válido para qualquer ser humano, ele foi originalmente estruturado a partir da língua inglesa. Isso levanta um desafio: as palavras que melhor descrevem traços de personalidade em inglês podem não ter equivalentes perfeitos em outras línguas. Para tornar essa abordagem mais universal, os pesquisadores do IDOR realizaram uma série de estudos para mapear os adjetivos de personalidade no português brasileiro. 

Um novo dicionário da personalidade em português 

Na primeira etapa do estudo, 11 especialistas analisaram 933 adjetivos e os classificaram conforme os cinco fatores do Big Five. Essa etapa resultou na maior lista de adjetivos de personalidade já feita em português brasileiro. Outras pesquisas anteriores apresentavam apenas 25 ou 64 termos e foram construídas a partir da tradução direta do inglês, sem uma análise criteriosa a partir da língua portuguesa. 

Foram retiradas da amostra palavras em desuso e aquelas com significados muito parecidos. Depois, os pesquisadores aplicaram um questionário para 500 brasileiros de diferentes idades, gêneros e etnias com o objetivo de saber o quanto eles se identificavam com cada um dos adjetivos.  

Após análises estatísticas, foram identificados 136 adjetivos mais relevantes de acordo com as respostas, e essas qualidades foram então divididas entre os cinco traços do Big Five: 

  • Conscienciosidade: 31 palavras 
  • Neuroticismo: 30 palavras 
  • Amabilidade: 26 palavras 
  • Extroversão: 25 palavras 
  • Abertura à experiência: 24 palavras 

O fato de a conscienciosidade ter sido o traço com mais adjetivos pode sugerir que o português brasileiro abrange muitas trocas comunicativas sobre regras e normas sociais, mas isso não implica obrigatoriamente o seguimento delas. O coordenador do estudo e pesquisador do IDOR, Dr. Ronald Fischer, estudioso do jeitinho brasileiro, pondera a teoria. 

“Pode ser que as pessoas usem mais adjetivos relacionados a regras justamente por argumentar mais sobre elas, e não obrigatoriamente acatá-las. Pode haver também uma maior preocupação com a quebra dessas normas, que é um dos fatores do ‘jeitinho’, mas isso é apenas uma hipótese. Já o menor número de palavras relacionadas à abertura para novas experiências é algo comum em diversas outras línguas e tem razão histórica: esses adjetivos aram a fazer parte do cotidiano há apenas 300 anos atrás, e conceitos mais novos geralmente têm menos palavras e menos variabilidade na língua”, detalha o cientista. 

Fischer aponta que outro fator curioso é que outras línguas costumam ter menos palavras relacionadas ao neuroticismo, mas no nosso idioma essa foi a segunda categoria com mais adjetivos do estudo. “Talvez isso aponte que os brasileiros estão mais preocupados em conversar sobre o seu estado emocional e sobre o de outras pessoas, e a cultura coletivista pode ser uma razão para nos comunicarmos mais sobre nossas emoções com os outros. Mas essas justificativas são apenas hipotéticas”, ressalva o pesquisador, reforçando que o foco do estudo está na classificação da língua dentro da teoria de personalidade do Big Five, e que a classificação de seus falantes seria pauta para outros estudos.  

Como os brasileiros se veem? 

A pesquisa também avaliou a percepção particular dos participantes, que mostraram que o traço mais valorizado para eles foi a amabilidade (escore médio de 3,68 em uma escala de 5 pontos), seguido pela conscienciosidade (3,62). Isso indica que os brasileiros tendem a se perceber como pessoas amigáveis e colaborativas, mais do que qualquer outro traço de personalidade. 

“Nossos achados são muito interessantes e representam uma contribuição inédita à psicologia da personalidade. Contudo, é importante interpretá-los com cautela e não é possível generalizar o que encontramos para toda a população brasileira ou mesmo para as dimensões do Big Five em si. Outros estudos com brasileiros e em outras culturas são necessários para entendermos melhor se os padrões que encontramos se reproduzem em amostras com diferentes características”, comenta o primeiro autor do estudo, Gabriel Bernardes, psicólogo do CNA e doutorando do IDOR. 

Personalidade e inteligência artificial 

Por último, os cientistas analisaram ainda padrões linguísticos associados aos adjetivos classificados, e encontraram que três dimensões semânticas ajudam a definir em qual categoria do Big Five um termo se encaixa: 

  • Valência: Indica se a palavra tem um sentido positivo ou negativo (exemplo: honesto vs. egoísta). 
  • Ativação: Mede se a palavra transmite dinamismo ou ividade (agitado vs. tranquilo). 
  • Dominância: Relaciona-se ao controle sobre si ou sobre os outros (líder vs. medroso). 

Esses achados têm aplicações importantes para a inteligência artificial, pois podem ajudar a compreender e aprimorar modelos computacionais que analisam linguagem e inferem traços de personalidade. Além disso, contribuem para um melhor entendimento da hipótese lexical, princípio teórico por trás do Big Five, que sugere que os traços de personalidade mais relevantes para uma cultura se manifestam em sua língua. 

O estudo do IDOR trouxe contribuições significativas para a ciência da personalidade, criando um dicionário inédito de adjetivos alinhado ao Big Five no português brasileiro e mostrando que a percepção da personalidade pode variar conforme a língua. Além disso, as descobertas podem beneficiar áreas como a inteligência artificial, fornecendo novas ferramentas para a análise de linguagem natural e estudos psicológicos. Dessa forma, o estudo não apenas reflete como descrevemos a nós mesmos, mas também abre caminhos para novas investigações sobre o impacto da língua na forma como entendemos a personalidade humana. 

Escrito por Maria Eduarda Ledo de Abreu. 

26.05.2025

Conteúdo Relacionado 4t1j34
Fale com a gente.